OMS ajuda autoridades sanitárias a melhorar os dados para tomada de decisão baseada em evidencias
A pandemia de COVID-19, testou a capacidade das Nações a responder a um fenómeno jamais visto na história de emergência de Saúde Publica. Embora o continente africano não foi um dos mais afectados em comparação com o Asiático e o Americano. Africa não estava preparada para responder a calamidade que a pandemia global troce ao berço da humanidade.
Para além de causar directamente a morte de pelo menos 200.000 pessoas em África, a pandemia da COVID-19 também perturbou a prestação dos serviços de saúde críticos e atrasou os progressos no combate a outras doenças, tais como o vírus da imunodeficiência humana (VIH), a tuberculose (TB), e a malária, que continuam a ser as principais causas de morte em vários países do continente incluindo Moçambique.
"A pandemia da COVID-19 destacou a fragilidade das infra-estruturas sanitárias do nosso continente e a necessidade urgente de reforçar o sistema global de saúde para garantir o acesso a cuidados de qualidade a toda a população africana, quando e onde eles precisarem, sem incorrer em dificuldades financeiras", disse o Dra. Matshidiso Moeti, Directora Regional da OMS para África. "O investimento doméstico na saúde, incluindo a investigação na área da saúde, tem retornos económicos significativos, ao mesmo tempo que promove a resiliência e a sustentabilidade; populações saudáveis traduzem-se em economias saudáveis".
Apesar das perturbações devidas a surtos como da Pólio, Cólera entre outros, os países africanos têm feito progressos na melhoria do acesso aos serviços de saúde. Por exemplo, o número de países com mais de 40% ("cobertura média") no índice universal de cobertura sanitária aumentou de três dos 47 países para 35 entre 2000 e 2019.
Nesta senda a Organização Mundial de Saúde, com apoio financeiro da Operações Europeias de Protecção Civil e ajuda Humanitária (ECHO), tem apoiado tecnicamente o Ministério de Saúde em Moçambique a reforçar o seu sistema de saúde publica, para que de uma forma holística possa de maneira resiliente responder os novos desafios sem deixar ninguém para trás.
Este apoio em particular está direcionado as Campanhas Nacionais de Vacinação contra COVID-19 e ao reforço dos Sistemas Nacionais de Saúde resilientes a epidemias. Desta forma, até a data mais de 300 profissionais de Saúde (particularmente supervisores distritais e gestores de informação) de 9 províncias foram capacitados em como melhorar a qualidade de dados de Vacinação Contra a COVID-19 no Sistema de Informação de Saúde para Monitoria e Avaliação (SIS-MA) gerido pelo Ministério de Saúde.
A Medica chefe da província de Nampula uma das mais populosas do país que influencia o alcance dos indicadores de saúde a nível nacional, reconhece a importância desta capacitações, “ A colheita e digitalização correcta de dados de vacinação contra COVID-19 na fonte primaria, vai permitir que a nível superior o Ministério de Saúde, tome decisões baseadas em evidencias e faca intervenções atempadas e eficazes. Utilizando assim os recursos disponíveis de forma eficiente e servindo a todos em todos os níveis” Dra. Selma
Por sua vez, Dr. Tomas Valdez, Conselheiro de Planificação Sanitária e reforço dos sistemas de saúde da OMS Moçambique, “Relembra que a segundo o Dr. Miguel J Ryan, Director Executivo do Programa de Emergências de Saúde OMS a COVID-19 ainda é considerada uma emergência global, por isso e aconselhado manter a vigilância. Como tal, é imperativo que o país continue a implementar as companhas de vacinação incluindo as de reforço de maneira eficiente. Por essa razão a qualidade de dados relacionados a esta pandemia são cruciais para combatê-la”.
Por outro lado, não podemos esquecer que apesar dos desafios, Moçambique ainda continua na linha na frente com o número elevado de adultos vacinados com pelo menos uma dose 97.6% e 48.4% com dose de reforço. Sem contar com a realização de uma primeira ronda de campanha de vacinação contra COVID-19 para os adolescentes bem-sucedida, vacinando mais de 4.000 em todo o país.
Para além disso, o Programa Alargado de vacinação no Ministério de Saúde continua a encorajar a população a tomar a doze de reforço, integrando a vacina contra COVID-19 no sistema de imunização routina.
Irminha Emanuel, mãe de uma criança de 4 meses residente de Macuba, na província de Nampula acredita de que é importante vacinar contra COVID-19. ”No início da pandemia, eu ouvi dizer que só as pessoas velhas e que deviam vacinar contra coronavírus, por isso não levei a sério. Mas quando vi que pessoas da minha idade começaram a ficar doentes decidi vacinar”.
Adelaide Guilherme jovem mãe de 24 anos residente no campo de refugiados de Maratane da mesma província visita o Centro de saúde para imunizar a sua criança contra Pólio e Rotavírus também acredita na importância de vacinar contra COVID-19” Eu já tomei a vacina contra COVID-19 três vezes porque acredito que este vírus existe e que pode por em perigo a minha vida”.